Biografia de Ernesto Che Guevera

 

 

Ernesto Guevara de la Serna nasceu em Rosário, Argentina, no dia 14 de junho de 1928. Era o primogênito de uma família de origem aristocrática. Prematuro, logo começou a apresentar problemas respiratórios e antes dos dois anos já apresentava crise de asma. Na tentativa de encontrar um local com clima melhor para o garoto, a família muda-se para Alta Garcia, uma região serrana, onde vai crescer. A doença limitava muito suas atividades e o levou a gostar de literatura, e ainda criança teve acesso a clássicos como Cervantes, Júlio Verne e Garcia Lorca. O ambiente de sua casa exerceu papel importante na sua formação. Sua mãe mantinha frequentes contatos com o que havia de mais avançado na esquerda argentina, e logo depois início da IIª Guerra Mundial, seu pai funda a Ação Argentina, uma organização anti-fascista, onde é inscrito.
Em 1946, a família se muda para Buenos Aires, e Ernesto decide estudar medicina, mas por causa de seu espírito aventureiro, interrompe os estudos para realizar viagens pela América do Sul. Em 1952, retorna a Buenos Aires para concluir o curso de medicina, o que acontece em junho de 1953. Um mês depois, com 25 anos, retorna à estrada e nunca mais retornará à Argentina. Vai à Venezuela, à Costa Rica e à Guatemala, mantendo contatos com políticos de esquerda e amadurecendo sua politização. Conhece Hilda Gadea, militante política peruana, com quem vai se casar, no México, em agosto de 1955, e ter uma filha, Hilda Beatriz.
É no México que vai ganhar o apelido de Che, por usar esta expressão, sempre que fala com os outros. Ganha a vida fotografando turistas americanos nas ruas da capital mexicana. Em 8 de julho de 1955 é apresentado a Fidel Castro e em setembro, se inscreve no treinamento para a luta armada, que os revolucionários cubanos instituem no México.
Na madrugada de 25 de novembro, embarca com outros 81 guerrilheiros, no iate Granma, com destino à Cuba, como encarregado de atender os possíveis feridos, no desembarque. Em 2 de dezembro de 1955, chegam à Cuba, onde iniciam a vitoriosa jornada, que culmina com a tomada da capital, Havana, em 1 de janeiro de 1959, carregados nos ombros pela população, que se sentia libertada das amarras da ditadura de Fulgêncio Batista. Neste mesmo janeiro, separa-se de Hilda e casa-se com Aleida March, companheira de guerrilha, com quem terá 4 filhos.
Como um dos principais membros do exército vitorioso, Che ocupou vários cargos importantes no novo governo, como os de Presidente do Banco Nacional de Cuba, Ministro da Indústria, entre outros. Como ministro, criou o trabalho voluntário, onde cada indivíduo deveria dedicar uma parcela do seu tempo, para um trabalho sem remuneração, com o intuito de ajudar o país a enfrentar o isolamento imposto pelos países do Ocidente, e como exemplo, todos os membros do governo, também deveriam participar deste programa. Che utilizava os domingos para executar estes trabalhos, nos campo, cortando cana, ou nas usinas, carregando sacos de açúcar.
Em agosto de 1961, Che Guevara esteve no Brasil, pela primeira vez, para receber a Grã Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, usando as seguintes palavras para agradecer:
"Sr. Presidente. Como revolucionário, estou profundamente honrado com esta distinção do povo e governo brasileiros. Porém, não posso concebê-la nunca como uma condecoração pessoal, mas sim como uma condecoração ao povo e à nossa revolução e assim a recebo, comovido com a saudação desse povo que V Excia. representa, e que transmitirei, com todo o desejo de estreitar nossas relações."
Contudo, o projeto político do Che não permitia que ele se acomodasse com a vitória da Revolução Cubana e em abril de 1965, ele parte para o Congo, na África, com um grupo de cubanos, para lutar na Guerra Civil Congolesa ao lado dos rebeldes, contra os mercenários brancos contratados pelo ditador Tshombe. Lá fica até o início de 1966. Com a derrota dos rebeldes, os sobreviventes voltam para Cuba (possivelmente em maio de 1966). Mas, o Che não está satisfeito, e em novembro parte para a Bolívia, ao encontro dos militares cubanos que lá já se encontram, para dar apoio à luta contra a ditadura comandada por Barrientos. Existe neste período a suspeita de que Che Guevara tivesse passado pelo Brasil (mais precisamente, por São Paulo), entre os dias 5 e 6 de novembro de 1966. Nesta breve passagem, teria tido contato com Carlos Marighela e Jaoquim Câmara Ferreira, que faziam parte da resistência à ditadura militar, no Brasil.
Che Guevara chegou à Bolívia em 7 de novembro de 1966, onde permaneceu até 8 de outubro de 1967, quando foi executado em La Higuera, um dia depois de ter sido capturado pelo exército boliviano, aos 39 anos de idade. Seus restos mortais, foram recuperados, apenas em 1997 e então, levados para Cuba, onde foram enterrados com honras de herói.

 

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